10 razões porque o Ubuntu pode substituir o Windows 10?

O fim do suporte ao Windows 10, já tem data para acontecer e com ele alguns problemas vêm de carona, afetando parcela importante dos usuários finais e empresas que ainda usam essa versão do sistema da Microsoft.

A pergunta recorrente diante desse cenário, é o que fazer quando esse dia chegar?

Entre as poucas alternativas existentes, uma é migrar para outro sistema operacional e entre os possíveis “candidatos”, um aparece com alguma vantagem em relação aos demais, o Ubuntu!

Compreender tudo o que significa o fim do suporte ao Windows 10, bem como por que o Ubuntu se apresenta como uma alternativa viável e interessante, é o foco desse conteúdo.

Entendendo o fim do suporte ao Windows 10

Não é de hoje que o fim do suporte ao Windows 10 é conhecido, mas desde 2023 quando a Microsoft estipulou em caráter oficial que a partir de 14 de outubro de 2025, os PCs que têm o Windows 10 como sistema operacional, não receberão mais atualizações de segurança e tampouco receberão qualquer tipo de suporte técnico, a notícia tem sido motivo de discussões diversas.

Entre as preocupações mais comuns, é o que fazer, já que atualizar para o Windows 11 – a alternativa proposta pela Microsoft – não será possível para muitos.

De acordo com a maioria das estatísticas a respeito, o Windows 10 é o sistema operacional mais usado no mundo, equipando quase 7 em cada 10 desktops. Em abril de 2024, em númenos mais precisos, são 72.5% no Brasil de PCs rodando a versão 10 do sistema.

Desse total, cerca de 40% simplesmente não conseguirão fazer o upgrade para o Windows 11, que é gratuito para quem tem Windows 10 instalado, porque seu hardware não atende aos requisitos mínimos exigidos para tanto.

A questão tem relação com hardware mais antigo e em especial o recurso TPM (Trusted Platform Module) que as CPUs / processadores mais antigos não possuem, mas que é um requisito essencial para conseguir instalar o Windows 11.

Consequência imediata dessa impossibilidade, é que o computador se torna inútil em muitos casos, já que usar o Windows 10 após a data informada, significa não receber mais atualizações de segurança e correções de bugs, o que não é recomendável, especialmente em determinados usos.

No caso de empresas que têm várias máquinas nessas condições, trocá-las todas por novos equipamentos, pode significar um investimento considerável, sem contar a quantidade de lixo eletrônico (e-lixo) produzido.

Por conta dos impactos produzidos, a Microsoft tem recebido inúmeras solicitações para reconsiderar e estender o suporte, mas tem se mostrado irredutível em sua decisão.

Todo mundo pode migrar do Windows 10 para outro sistema operacional?

Objetivamente, não!

Não porque não seja possível a instalação de outro sistema operacional. Na quase totalidade dos casos, é sim possível instalar outro sistema.

Mas a questão não é essa e sim o nível de dependência de softwares / sistemas exclusivos do Windows, ou seja, que só rodam ou que estão disponíveis apenas para ele.

Situação semelhante ocorreu com o Windows 7 e com sistemas online que rodavam exclusivamente no Internet Explorer, mas que a Microsoft estendeu algumas vezes o suporte, dando mais tempo para que as mudanças necessárias ocorressem.

Portanto, quem no seu dia a dia usa programas / sistemas que não têm versão e nem alternativa equivalente para outro sistema operacional, forçosamente precisará continuar como usuário Windows, atualizando para a sua versão mais recente ou quando não for possível, adquirindo um computador com hardware compatível.

É importante também salientar, que há muitos usuários que ainda rodam Windows 10, não atualizaram para a versão 11, por outras razões e, sendo assim, devem consultar a Microsoft sobre como proceder para atualização.

Por que o Ubuntu é a melhor alternativa ao Windows 10?

Se você não se inclui no grupo de usuários que tem um nível de dependência exclusiva do Windows 10, deve imaginar que a alternativa natural é o Linux.

No entanto, se você já sabe alguma coisa sobre o sistema que tem no pinguim o seu símbolo, é provável que também saiba que existem várias distribuições Linux, comumente chamadas de distros pelos utilizadores e diante disso, uma nova dúvida deve surgir – qual distro é a melhor para mim?

Sendo bastante sinceros, não existe uma resposta única para 100% dos casos.

Isso porque cada distro nasce e se desenvolve tal como muitos produtos, ou seja, para atender determinadas necessidades, desejos e expectativas de públicos específicos.

Logo, é óbvio que há distribuições que podem se apresentar melhores para uns, do que para outros, mas em linhas gerais o Ubuntu reúne um conjunto de características que tendem a suprir bastante bem o que muitos usuários de Windows precisam e querem.

Também vale ressaltar, que nosso objetivo não é discutir quem é melhor, o Windows ou o Linux, pelo mesmo raciocínio acima.

A seguir, listamos de modo comentado, os motivos pelos quais em muitos casos, o Ubuntu se apresenta como uma boa alternativa àqueles que usam o Windows 10, mas não têm um hardware que permite a atualização para a versão 11 do mesmo sistema operacional.

1. Instalação

Foi-se o tempo em que instalar uma distro Linux qualquer poderia ser o primeiro grande desafio de migrar do Windows para o Linux.

Não é diferente com o Ubuntu, que entre as suas muitas qualidades, sempre teve no processo de instalação, algo simples e intuitivo, como costuma ser uma instalação do Windows.

Na versão 24.04 do Ubuntu LTS, a tarefa ficou ainda melhor, seja porque a interface toda está bem resolvida visualmente, seja porque mesmo recheada de opções, é simples e direta, reunindo tudo o que um sistema operacional maduro e popular, deve conter.

Uma das novidades, é o modo de instalação automatizada, que se escolhida, faz uso de um arquivo de configuração YAML, funcionalidade especialmente útil para instalação de diversas máquinas.

2. YAML

Presente e funcional no Ubuntu, mas também em outras distros, o YAML é o principal formato de serialização de dados para arquivos de configuração em muitas ferramentas e serviços de automação, permitindo assim que se possa criar rotinas de muitas máquinas, tornando a configuração em ambiente empresarial, algo muito mais dinâmico e fácil.

Inclusive é possível encontrar vários arquivos YAML prontos para determinadas finalidades, no GitHub.

3. Ambiente gráfico

O Gnome 46 é o ambiente gráfico padrão dessa versão do Ubuntu, o que é particularmente útil, porque é um ambiente bastante flexível, permitindo configurar a área de trabalho para deixar as coisas mais parecidas com o jeito Windows de ser.

Isso não significa que ficará 100% com “cara e jeito” de Windows, mas há recursos / funcionalidades que tornam o processo de adaptação ao novo sistema operacional, menos difícil para alguns, como é o caso do recurso que permite organizar as janelas ao estilo Windows (tiling).

Outros aspectos de configuração geral do ambiente, bem como a lógica por trás, é bem mais alinhada com o Windows, do que a maioria das distros.

Há também outras melhorias que contribuem para facilitar o dia a dia, como o Gerenciador de Arquivos Nautilus, que agora permite a integração com o OneDrive, sistema de armazenamento em nuvem da Microsoft, algo que pode ser essencial para quem vem do Windows. Isso já acontecia com o Google Drive.

Mas essa versão não se limita às novidades e melhorias do Gnome e oferece personalizações exclusivas e mais amplas até do que o Windows 11, que se tornou mais restritivo do que o 10.

4. Suporte

Suporte ao sistema operacional sempre foi algo considerado um entrave importante para que muitos migrassem para o Linux, ainda que nos últimos anos esse tipo de “desculpa” não tivesse procedência.

Sim, porque as principais distros, há muito já oferecem alternativas de suporte que inclusive podem ser mais eficientes do que aquele oferecido pela Microsoft.

O Ubuntu 24.04 LTS, pode ter até 12 anos de suporte, o que é mais até do que a Microsoft se propõe.

Por padrão, as versões LTS do Ubuntu dão direito a 5 anos de suporte. Usuários do Ubuntu Pro, que é gratuito para usuários desktop, têm mais 5 anos extras, em um total de 10 anos. A partir dessa versão, os interessados podem contratar o Legacy Support, que o estende por mais 2 anos adicionais, resultando nesses 12 anos.

Em outras palavras, é a garantia de updates de segurança e correções de bugs, até 2036.

5. Kernel

O kernel no qual é baseada essa distribuição, é o 6.8.0, o que em termos práticos garantem maior compatibilidade de hardware e novos processadores.

Soma-se a isso o fato de que na instalação, o conjunto dos pacotes e drivers já deve garantir que uma ampla gama de hardwares funcione sem maiores problemas.

Há outras melhorias sutis, mas importantes, como aprimoramento do sistema de cache para compartilhamento de arquivos sob o protocolo SMB, por exemplo, de forma a oferecer um melhor gerenciamento de determinados recursos de rede, algo que pode ser bastante importante em ambiente corporativo.

6. Gratuito

Essa não é uma vantagem exclusiva do Ubuntu, já que muitas distros também são gratuitas. A maioria delas na verdade.

Porém, é um ponto importante a ser considerado, se pensarmos a atualização para Windows, passa necessariamente pela aquisição de um equipamento novo e que o valor da licença está incorporado à máquina.

A questão ganha ainda mais destaque, a depender do número de máquinas em uma empresa, que pode em alguns casos tornar inviável a mudança.

7. Vida da distro

O primeiro Ubuntu foi lançado em 2004, com o principal propósito de ser um sistema alternativo aos usuários do Debian, o qual não era muito amigável em aspectos importantes, como por exemplo, a instalação.

Ao longo desses 20 anos completados com o Ubuntu 24.04 LTS, essa premissa básica se consolidou e mesmo não sendo a distro mais longeva, esse tempo de vida serviu para o amadurecimento de alguns fatores essenciais para a experiência do usuário.

Não significa com isso que o Ubuntu é perfeito, até porque não há um sistema que seja e há vários aspectos que podem ser melhorados, como por exemplo, a instalação de programas só disponíveis em pacotes Debian, mas que se resolve de modo razoavelmente fácil.

8. Programas

Na instalação completa do Ubuntu 24.04 LTS, já estão disponíveis vários programas que precisam ser instalados no caso do Windows, como uma suíte office (Libre Office), um cliente de e-mail (Thunderbird), por exemplo.

Outros programas eventualmente necessários, podem ser encontrados no App Center e que nada mais é do que a loja de aplicativos, tal como Microsoft Store. Vale destacar que muitos programas populares já disponibilizam versões Linux e para distros como o Ubuntu.

Em alguns poucos casos quando isso não acontece, já há alternativas bastante boas e que podem suprir as necessidades de alguns utilizadores e em outros, podem até superar o tradicional, que é o caso de desenvolvimento web.

9. Live mode

O “live mode” é um recurso oferecido por algumas distros e disponível também no Ubuntu 24.04 LTS, o qual permite testar o sistema operacional, sem que seja necessário instalá-lo no computador.

Entretanto, vale destacar que o desempenho naturalmente não será o mesmo que o apresentado pela instalação, já que ele rodará usando os recursos (memória e processador) compartilhados com o Windows, além do fato de que a abertura dos programas será a partir do dispositivo no qual o sistema está gravado (pendrive ou DVD) e que no caso do DVD, tem uma velocidade de leitura bem inferior aos HDs e maior ainda se comparado aos SSDs.

De qualquer forma, é interessante para testar e comprovar todos as características que comentamos, bem como outras que avaliações do tipo costumam destacar.

10. Segurança

Como é sabido, a segurança em distros Linux é mais robusta que no sistema da Microsoft.

Nenhum software está imune a vulnerabilidades de segurança, porém no mundo do código aberto (open source), a transparência quanto a quais problemas foram corrigidos e quando, uma vez que o código-fonte é disponível para a inspeção de qualquer pessoa, diferente do que ocorre com código proprietário.

Especificamente no caso do Ubuntu, essa preocupação vai além:

  • O Livepatch permite corrigir as vulnerabilidades críticas e de alta gravidade do kernel em tempo de execução;

  • Os 12 anos de suporte constituem o maior tempo entre as distros Linux;

  • O AppArmor é um mecanismo de sandbox embutido no kernel do Linux, que estabelece restrições sobre o que os aplicativos podem fazer no sistema, diminuindo assim o impacto de eventuais ameaças.

Conclusão

Com o fim do suporte ao Windows 10, muitos usuários terão que abandonar seu antigo PC, ou encontrar uma boa alternativa de distro Linux, como o Ubuntu.

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