O que é GIT, características, usos e vantagens?

O mundo das siglas e terminologias associados à tecnologia hoje em dia é tão grande, que é quase capaz de render um dicionário dedicado. Em meio a essa enxurrada, um é comum em alguns meios, mais especificamente quando o assunto é desenvolvimento de software e sistemas.

Estamos falando do GIT!

Se você está começando ou pretende ingressar na área, precisará conhecer aspectos básicos desse importante instrumento e essa é nossa proposta aqui, hoje!

O que é GIT?

Do modo mais objetivo possível, o GIT é um sistema de controle de versões distribuído, gratuito e open source, concebido com o objetivo de fornecer ferramentas para administrar projetos dos mais simples aos mais complexos, de forma rápida, tão simples quanto possível, mas ao mesmo tempo com eficiência.

Dito dessa forma, ainda é um tanto vago para quem não sabe nada a respeito.

O GIT pode servir a uma série de possíveis situações, mas adotaremos como exemplo, o desenvolvimento de um software explicar de uma forma mais compreensível.

Ao longo do desenvolvimento e mesmo após o lançamento, durante toda a vida de um software, há diversas etapas e várias pessoas podem estar envolvidas, cada qual responsável por uma parte da programação, do front-end (interface ou parte da aplicação que é visível ao usuário final), do back-end (parte da programação que faz as coisas acontecerem), criação e manutenção dos bancos de dados, etc.

Nesse processo, a medida que cada recurso é incorporado, são feitos testes, ajustes e melhorias. Mas e se algo não transcorrer como se imaginava ou era previsto e for necessário retornar a um ponto anterior, quando as coisas estavam funcionais?

É aí que o GIT entra em cena!

A cada etapa, a cada inclusão, modificação do desenvolvimento, ou até quando são criadas duas ou mais alternativas de um mesmo recurso, para serem testadas, são armazenadas as respectivas versões relativas a cada etapa cumprida, de modo que alternar ou retornar a um ponto qualquer que se deseje, seja uma tarefa possível e fácil.

Há várias possibilidades. Se por exemplo, um dos desenvolvedores acidentalmente remove um trecho do código, ou quem sabe sobrescreve outro, reverter o erro, também é possível. Os processos necessários para realizar inclusões, merges, modificações ou quaisquer outras situações comuns durante o desenvolvimento, são bastante simples e rápidos.

História do GIT

É interessante saber que a história do GIT tem relação estreita com a história e o desenvolvimento do kernel do Linux, isso porque em 2002, Linus Torvald – o criador do Linux – começou a usar uma DVCS (Sistema de Controle de Versão Distribuído) de código proprietário, o BitKeeper e que essencialmente tinha o mesmo propósito do GIT.

Mas a partir de 2005 a empresa criadora do BitKeeper começou a cobrar licença para seu uso, o que representou um problema para a comunidade, fazendo com que Torvald considerasse desenvolver uma alternativa que suprisse as demandas do projeto, com base no que havia aprendido durante o uso do BitKeeper, já que nenhuma das outras possibilidades existentes na época e que fossem baseadas em software livre, atendiam suficientemente bem o que se queria / precisava.

As principais diretivas que o GIT deveria atender, eram:

  • Desempenho – precisava ser bastante veloz e escalável;

  • Desenho – o projeto deveria ser bastante simples;

  • Capacidade – precisaria atender milhares de ramos paralelos;

  • Distribuído – não ser dependente de um servidor central, porque o desenvolvimento do Linux era altamente distribuído;

  • Eficiência – atender / ser eficiente em qualquer tamanho de projeto.

E assim, em 2005 nascia o GIT. Desde então, o sistema evoluiu e amadureceu, tornando-se uma ferramenta popular e largamente usada para controle de versão, não apenas no desenvolvimento do Linux, mas também em muitos outros projetos.

As suas qualidades, como eficiência e confiabilidade, fizeram dele uma opção poderosa para a área de desenvolvimento.

Quais as principais características do GIT?

Desde que foi lançada a primeira versão, o GIT foi modificado e melhorado, ampliando suas funcionalidades e visando atender as demandas dos mais variados projetos e não apenas o Linux.

A seguir listamos as suas principais características:

  • Controle de versões – essa é sua função primária, a qual permite acompanhar todas as modificações feitas em um projeto ao longo do tempo, possibilitando voltar para versões anteriores caso necessário;

  • Distribuído – cada usuário, cada integrante do projeto, possui uma cópia completa do repositório, o que garante a descentralização e a robustez do sistema;

  • Eficiente – conta com um baixo overhead e alta performance, mesmo em projetos de grande escala;

  • Flexível – capacidade de suporte para diversos workflows de desenvolvimento, desde o modelo tradicional linear até workflows mais complexos com ramificações e merges frequentes;

  • Integridade de dados – é dotado de um sistema de checksums para garantir a integridade dos arquivos e evitar que os dados sejam corrompidos;

  • Open Source – disponibilizado sob a licença GNU General Public License v2, permitindo o uso e modificação livre por qualquer pessoa, ou seja, é gratuito e open source;

Quais as aplicações do GIT?

Apesar de ter sido criado para suportar o desenvolvimento do Linux, o GIT tem mostrado aplicabilidade em uma variedade de projetos distintos.

  • Desenvolvimento de software – o GIT é o sistema de controle de versões mais utilizado no mundo para projetos de software, desde pequenos scripts até grandes sistemas corporativos;

  • Gerenciamento de documentos – pode ser utilizado para controlar o histórico de versões de documentos de texto, planilhas, apresentações e outros tipos de arquivos;

  • Controle de projetos – permite acompanhar o progresso de projetos de qualquer natureza, registrando as tarefas realizadas, as modificações feitas e as decisões tomadas;

  • Pesquisa científica – facilita a reprodutibilidade de pesquisas científicas em diversas áreas e há exemplos de uso em áreas como a bioinformática, arqueologia e até zoologia.

Quais as vantagens em usar o GIT?

Naturalmente que as principais vantagens de usar um sistema como o GIT, nesse ponto já devem estar aparentes. Todavia, de forma a deixar explícitos os seus benefícios, vamos listá-los e comentá-los a seguir:

  • Colaboração – favorece o trabalho em equipe, ao permitir que diferentes pessoas trabalhem no mesmo projeto simultaneamente, sem conflitos de versão e no resultado final;

  • Produtividade – ao permitir cooperação simultânea, agiliza o processo de desenvolvimento, bem como contribui para redução do tempo gasto na resolução de conflitos e na busca por bugs, erros e inconsistências;

  • Qualidade do produto final – melhora o controle das mudanças feitas no código, nas diferentes versões disponíveis, facilitando a identificação e correção de eventuais erros;

  • Segurança – aumenta a segurança, ao garantir a integridade do conteúdo e facilita a recuperação em caso de perda de dados;

  • Histórico – ao fornecer o histórico do início ao fim do projeto, permite acompanhar toda a linha do tempo do desenvolvimento / progresso do projeto e disponibilizar todas as versões existentes;

  • Flexibilidade – o GIT é flexível e pode ser adaptado para atender a vários fluxos de trabalho de desenvolvimento e uma variedade de projetos em diversas áreas.

Conclusão

Nascido para atender uma demanda específica, o GIT evoluiu e melhorou, tornando-se a mais popular ferramenta de controle de versões distribuída.

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