O vínculo entre Cultura Geek e Star Wars

Ser enquadrado como Geek não implica ser aficcionado por Star Wars, bem como não é necessário que todo fã de Star Wars seja necessariamente um Geek, muito embora a prática revela uma relação quase umbilical entre um e o outro. Mas o que explica isso?

Naturalmente não é um caso científico e muito menos matéria para de tese de Sociologia, mas existem fatos - e contra estes não há argumentos - que fundamentam muitas hipóteses sobre a estreita relação que existe entre aqueles que têm a necessidade de estar na vanguarda dos aparatos tecnológicos (smartphones, computadores, etc), dos lançamentos de games, livros e especialmente coleções, cultura POP em geral e a trilogia, que mais tarde materializou-se como hexalogia e caminha para enealogia de filmes, conhecida pelo demais mortais como Star Wars.

Um dos pontos que se considera - e a lógica ampara esta hipótese - como fator de identifcação, é que todo Geek é por natureza alguém que preocupa-se muito onde os avanços da tecnologia irão nos levar, antever invenções, aprimoramentos do que existe, mudanças de hábitos questionando os modelos vigentes, entre outros. E o que a saga Star Wars mostra? Muito de tudo isso e bem além!

A década de 60 trouxe consigo a realidade bem além do nosso mundo, que estava por ser desvendada pelo Projeto Apollo, colocando o homem além das fronteiras da Terra e por meio da ficcção através de filmes como 2001: Uma Odisséia no Espaço e a série de televisão Star Trek.

Alguns anos depois, mais precisamente em 25 de maio de 1977, Hollywood apresentou de forma nunca antes vista, uma poderosa metáfora para a tecnologia, seja aquela presente no quotidiano das personagens, bem como para uma realidade paralela e galáxias novas e culturas a serem desvendados e forças além do natural. "May the force be with you." (em tradução livre, " Que a Força esteja com você. "), frase icônica da franquia, que foi dita várias vezes ao longo dos filmes, gerou um trocadilho com o dia 4 de maio (May Fourth), e transformou a data em um grande evento para a cultura popular e celebrada por nerds e geeks em todo o mundo.

O filme começa e já se estabelece um elo poderoso com tudo que seria detalhadamente trabalhado ao longo de três e depois seis e agora nove filmes ou capítulos: "Há muito tempo atrás, em uma galáxia muito, muito distante".

Poucos são os filmes que tornaram-se tão emblemáticos a ponto de influenciar toda a produção cinematográfica das décadas seguintes e fazer com que gerações se lembrassem nitidamente de seus personagens e de algumas das célebres frases ditas por eles.

São quarenta anos desde então, de uma história nunca antes contada, mas imaginada na cabeça de alguém que inovou em vários aspectos - exatamente como todo Geek gosta - que iam do enredo propriamente dito, passando pelas quebras de paradigmas dos filmes do gênero, chegando aos inéditos e avançados recursos de filmagem e efeitos especiais criados pela equipe de George Lucas, o pai disso tudo.

Ao mesmo tempo surreal, parte considerável de tudo que permeia cada detalhe do filme, é também factível. Embora muitos aspectos exibidos no filme ainda eram pura ficção em 1977, havia muita coisa plausível aos olhos de quem estava em frente à tela.

Outra característica importante é o arrolamento de personagens carismáticos, que permitem que um público mais variado se identificasse com eles, ou apenas trouxesse simpatia por eles. Compõem o roteiro, personagens que toda trama tem. Há o jovem herói promissor (Skywalker), o experiente de conduta questionável mas bom coração (Solo), a Princesa que não precisa ser salva (Leia), o sábio mestre (Yoda), o enigmático vilão (Vader) e até o cômico (C3PO).

No fim de tudo, Star Wars é uma forma autêntica de contar uma história e ao mesmo tempo responder uma série de perguntas, porém sob um prisma futurista, tecnológico e sob uma ótica singular. Um roteiro original e que não conquista apenas um Geek, mas qualquer um que não se conforma apenas com visões tradicionais das coisas.

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